domingo, 9 de julho de 2017

O FIM COMO RECOMEÇO - sobre a capacidade de dar a volta por cima



Quem tem um 'porquê' enfrenta qualquer 'como'.

Viktor Frankl

Sabe quando você já perdeu o rumo e a esperança de que algo ainda pode dar certo na sua vida? Quando tudo parece não ter mais sentido? Quando você sente que não adianta mais lutar pois tudo que você investiu, se dedicou, construiu... tudo... tudo foi embora num sopro de qualquer coisa que você nem consegue ver de onde veio?

Então... todo mundo em algum momento se sente assim como você. Faz parte da existência humana acreditar, investir, crescer, perder, sofrer pela perda, desacreditar de tudo e... finalmente... acordar e acreditar novamente... recomeçar!

Mas o que faz com que algumas pessoas retomem seus sonhos e projetos novos com mais rapidez e eficiência que outras? Algumas pessoas perdem tudo e descobrem que podem ser felizes de outro jeito, com outros projetos, com outros parceiros...

Você já ouviu falar em “resiliência”?

O termo resiliência quer dizer – em seu significado original, na Física, – o nível de resistência que um material pode sofrer frente às pressões sofridas e sua capacidade de retornar ao estado original sem a ocorrência de dano ou ruptura.

A Psicologia pegou emprestado a palavra, criando o termo resiliência psicológica para indicar como as pessoas respondem às frustrações diárias, em todos os níveis, e sua capacidade de recuperação emocional.

Viktor Frankl, Psiquiatra Austríaco autor do livro “Em busca de sentido”, relatou sua experiência num campo de concentração. Na experiência de total despojamento de identidade e sentido, percebeu que algumas pessoas se mantinham vivas e ativas, mesmo sem as mínimas condições de sobrevivência e sanidade. Outros enlouqueciam e se deixavam morrer. A esta capacidade de retomar a vida existente em um fio ele chamou de resiliência.

Frankl afirma que é "a vontade de sentido" do homem o que lhe permite resistir ao sofrimento e à dor sem sentido: a vida é sofrimento e, para termos qualquer esperança de sobreviver ou prosperar, precisamos encontrar sentido neste sofrimento.

Tomamos a decisão de seguir em frente, de continuar acordando e vivendo dia após dia porque acreditamos que existe um propósito maior e um senso de responsabilidade na nossa vida.

"Quando não conseguimos mais mudar uma situação, temos o desafio de mudar a nós mesmos"

PILARES DA RESILIÊNCIA

1. Capacidade de enfrentamento – você pode escolher entre enfrentar ou desistir. Sua vida não vai melhorar se você não fizer alguma coisa a respeito. Existem duas formas de interpretar os fatos e analisar sua experiência de viver:

a. Interpretação negativa dos fatos – se colocar na posição de vítima da situação só vai fechar seus olhos e conduzir suas emoções para o fracasso.

b. Interpretação ativa dos fatos – assumir a responsabilidade sobre os problemas e dificuldades que tiram seu sono. Isso implica em uma atitude de auto-analise e analise de todos os aspectos que envolvem a sua experiência de viver. O que realmente aconteceu, suas perdas, seus ganhos, as pessoas que estão com você (e as que não estão)... enfim... será que realmente tudo acabou num sopro? Tome as rédeas da sua vida, da parte que você sabe que ainda tem domínio.

2. Desenvolvimento de um projeto pessoal de vida

“O sucesso, como a felicidade, não pode ser perseguido; ele deve acontecer, e só tem lugar como efeito colateral de uma dedicação pessoal a uma causa maior”,dizia Frankl.

Desta forma, temos que desenvolver projetos que tragam um sentido a nossa existência, pois isso nos torna mais resilientes frente às adversidades da vida. Quando eu tenho um projeto maior para me apoiar, entendo que os problemas são apenas obstáculos a serem superados, pois persigo algo muito maior. Sem mimimi, sem auto-promoção, sem alarde... simplismente faça algo. Algo importante, mesmo que pareça pequeno.

3. Capacidade de compreender nossas emoções

Pode parecer algo simples, entretanto, não é o que ocorre. Vivemos usualmente sem entrar em contato com nossas emoções e isso pode nos confundir bastante. Estar atento aos nossos sentimentos é uma das maneiras mais simples de desenvolver nossa capacidade de enfrentamento emocional. Estar em contato com nossas emoções nos faz mais ágeis na busca daquilo que efetivamente nos faz bem, como também na evitação das situações que nos fazem mal. Vivemos um tempo em que as emoções são fotografadas e partilhadas em redes sociais, cheias de filtros, artificiais, externalizadas em busca de "curtidas" que nos confirmam que estamos muito bem ou muito mal.

O RECOMEÇO

1. Avalie sua trajetória, o que foi bom, o que poderia ter feito diferente

2. Analise sua parcela de responsabilidade em todos os momentos do ciclo, principalmente no fim

3. Olhe para dentro de si mesmo – qual sua interpretação dos fatos? Vítima ou sujeito de sua história?

4. Busque o que você sabe e gosta de fazer. Pesquise, fique atento, sonhe, faça planos.

5. Desenvolva um novo projeto, pautado em sua experiência, com maturidade e responsabilidade – criatividade.

6. Mantenha o foco, a fé e a esperança.

CRESÇA!!!

Cladismari Zambon